Tive a honra e o gosto de contar com o Dr. Tiago dos Santos Matias, uma conversa bastante interessante e elucidativa do ponto de vista pessoal e profissional,.
Pai babado de 3 crianças maravilhosas.
Começou a sua carreira profissional no mundo da consultoria, das big four, em fiscalidade,.
No mundo da consultoria adquiriu métodos de trabalhos e experiências únicas, às quais se
seguiram um projeto decisivo na sua carreira profissional: a entrada na banca de investimento
e da gestão de ativos, atividades altamente competitivas e de particular intensidade, em
períodos muitos desafiantes, onde cresceu muito, em termos pessoais e profissionais.
Participou em processos como a estruturação e gestão de veículos de investimento que
estiveram na base da solução encontrada para as circunstâncias que circundaram o BPP.
Pelo caminho a necessidade fomenta o engenho e a circunstância de estar numa entidade em
crescimento, que se pretendia caracterizar pela inovação, conferiu a oportunidade de
participar na estruturação e implementação de diversos projetos inovadores, tais como o
primeiro fundo de investimento de arte, de energias renováveis, de carbono, florestais e
outros que sendo inovadores constituíram desafios muito interessantes.
Depois, da oportunidade de integrar um escritório de advogados com uma equipa
absolutamente diferenciadora no mercado nacional, em operações únicas, à possibilidade de
participar desde o zero em todo o processo de constituição do banco comercial caracterizado
pela universalidade e capilaridade, ostentando uma das marcas mais confiadas pelos
portugueses, foi um instante. Mas um instante fascinante e muito intenso, que o levou até
onde está hoje, na CMVM. Aqui começou na recém-criada supervisão de auditoria, passou
para supervisão contínua, onde foi diretor, sendo hoje departamento do departamento
internacional e de política regulatória da CMVM.
Diz que a vida lhe tem sido grata, colocando-o perante pessoas que sempre o desafiaram,
permitindo-lhe tornar-se uma pessoa e um profissional melhor.
É tudo sobre as pessoas. Sobre relações. Sobre confiança. Assim, a possibilidade de, desde
cedo, poder liderar equipas, criando-as ou reestruturando-as, conferiu a possibilidade de pensar
e implementar soluções estruturais, que levaram a que algumas das equipas que teve a
felicidade de liderar pudessem ser reconhecidas internacionalmente [Financial Times e ACC,
p.ex.]. Criar e gerir equipas, contribuir para o desenvolvimento de pessoas é das atribuições
mais recompensadoras que existem, e é com orgulho, incontido, que posso afirma que as
pessoas que trabalharam comigo são hoje pessoas e profissionais de exceção, alguns diretores
de bancos de investimento, ou na banca comercial, em sociedades gestoras de fundos de
investimento ou sócia de escritório de advogado. É um orgulho tremendo.
Mas a vida é isto, uma constante aprendizagem e uma atenção proativa a tudo o que fazemos,
que desde cedo aprendi pelo exemplo que via em casa e por algumas atividades que
desenvolvi, como seja o gosto pelo campo e pelo envolvimento em atividades agrícolas. Como
alguém afirmou, a natureza é a mãe de todas as ciências e com ela aprendemos a ver as coisas
numa perspectiva de longo prazo. É preciso semear para colher, e no entretanto é preciso
cuidar, não quando queremos ou nos apetece, mas todos os dias, com cuidado e atenção.
Como em tudo na vida, também nos mercados de capitais importa ter uma perspectiva de que
tudo leva o seu tempo, preferencialmente de longo prazo. E que sem trabalho não há milagres,
ou, se preferirmos, que a um maior retorno estará, por regra, associado, um maior risco. É à
atividade financeira e de mercado de capitais que o nosso convidado de hoje dedicou os mais
de 20 anos da sua carreira profissional…