Roubaram-lhe a infância, forçaram-no a combater | HMNE #84 | 06JUN23

Olá, bem-vindos a HOMENS E MULHERES NÃO ESQUECIDOS, o programa da FUNDAÇÃO AIS na RÁDIO MARIA.
Sou o Paulo Aido e é um privilégio saber que posso contar com a sua companhia, aí desse lado, durante os próximos 35 minutos.

Saidu, que acabámos de escutar é ainda jovem, mas nunca foi criança. Roubaram-lhe a infância, forçaram-no a combater, deram-lhe uma arma para as mãos em vez de brinquedos ou de papel e lápis e caneta. Não o deixaram ser feliz. Obrigaram-no a ser soldado. A história de Saidu é terrível, mas tem de ser contada porque é verdadeira, porque aconteceu, porque ele precisa de ajuda. Saidu é uma das vítimas da guerra que atormentou a Serra Leoa, em África, durante uma década entre 1991 e 2002. Terão morrido mais de 50 mil pessoas e mais de quinhentas mil fugiram de suas casas. Esta guerra foi particularmente dolorosa, foi particularmente cruel. Muitas pessoas foram raptadas, mutiladas, violadas. As crianças, como Saidu foram forçadas a combater. Foi de tal forma brutal que o país ficou arrasado. Ser padre ou irmã neste país africano é algo de muito exigente. Tem de se lidar com memórias pesadas, pessoas traumatizadas que precisam de aprender a respirar de novo, pessoas que precisam de aprender o que é a felicidade. Hoje vamos conhecer uma irmã, uma irmã polaca que está na Serra Leoa e que tem como missão precisamente isso: ajudar, dar oportunidades, abrir caminhos. A história da Serra Leoa e muito especialmente a desta religiosa, vão estar no centro do programa desta semana em que vamos conversar, como é habitual, com a Catarina Martins de Bettencourt, a directora da Fundação AIS em Portugal.

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