A Fundação AIS vai promover em Portugal durante a Quaresma uma grande campanha de apoio à Igreja na Nigéria, onde os cristãos são alvo constante de ataques e perseguição. Sensibilizar a opinião pública para esta realidade, que é quase desconhecida, e ajudar a comunidade cristã é o grande objectivo desta iniciativa.
A maior parte das pessoas não fará ideia do que significa o sofrimento dos cristãos da Nigéria. Só na Diocese de Makurdi, no norte do país, há cerca de dois milhões de deslocados internos. Todos eles fugiram da violência do Boko Haram, o temível grupo terrorista que quer transformar essa região num califado e que colocou os cristãos na mira das suas armas.
A campanha “SOS Cristãos da Nigéria”, que a Fundação AIS está a promover nesta Quaresma, tem como objectivo apoiar a comunidade cristã, vítima de perseguição, mas também sensibilizar a opinião pública para uma realidade que, tantas vezes, é completamente desconhecida.
Com cerca de 206 milhões de habitantes, a Nigéria é o país mais populoso de África. É também a maior economia. E é também um dos países onde os cristãos mais são perseguidos e onde, por vezes, vivem na maior pobreza. No ano de 2022 foram raptados 28 sacerdotes. E quatro foram assassinados.
Ser padre, na Nigéria, envolve o risco de ser raptado. Mas também há o rapto de jovens, especialmente raparigas. O caso de Leah Sharibu, a jovem cristã raptada de uma escola em Dapchi, há cinco anos, é particularmente chocante.
Vale a pena relembrar a sua história. Na ocasião, os raptores, pertencentes ao Boko Haram, levaram à força 110 alunas. Todas acabariam por ser libertadas ao fim de poucas semanas. Todas menos Leah, a única cristã do grupo que recusou renunciar à sua fé como os terroristas exigiam. Ficou em cativeiro. Tinha apenas 14 anos de idade.
É preciso que o mundo conheça estas histórias, é preciso que o mundo saiba que na Nigéria os cristãos são perseguidos de forma brutal por grupos jihadistas, como o Boko Haram, mas também pelas próprias autoridades, pelo governo, que os discrimina.
Os cristãos da Nigéria são verdadeiros heróis que arriscam a vida pela sua fé e são, por isso, para todos nós, um enorme exemplo de coragem, de abnegação. Temos o dever de os ajudar, temos o dever de responder aos seus apelos.
A Campanha da Fundação AIS, esta campanha, procura ser uma chamada de atenção para a existência, neste caso na Nigéria, de uma comunidade cristã que sofre, que é perseguida. É uma Igreja de mártires que resiste e que conta connosco. Não os podemos abandonar. Os cristãos da Nigéria precisam muito de nós, das nossas orações, da nossa solidariedade. Nesta Quaresma, lembremo-nos deles, rezemos por eles, ajudemo-los.
Paulo Aido