Em primeiro lugar é preciso dizer que para toda a gente aqui na Síria as coisas estão muito más no que concerne viver, simplesmente viver no dia a dia. Com as pessoas que foram mais atingidas pelo terramoto menos de 40 por cento puderam voltar às suas casas, mesmo arranjando um bocadinho, algumas arranjaram um bocadinho a casa, etc., mas a maior parte não pode, porque não há meios económicos para o fazer.
A maior parte das pessoas está a viver ou junto de família próxima ou emigraram. Muitos também emigraram por causa do… o terramoto foi mais uma desculpa acrescida ao que se passa. Ultimamente, muita gente tem emigrado porque tornou-se muito difícil viver no dia-a-dia.
Portanto, menos de 40 % puderam voltar a suas casas. Os outros estão a viver ou em casas alugadas ou junto de família próxima ou emigraram para fora do país para um lugar onde ao menos sabem que podem ter uma vida um bocadinho melhor e se não o conseguirem inscrevem-se junto dos governos e sempre têm alguma ajuda que, aqui, já não há.
Antes da guerra, a Síria era um lugar fácil para se viver. Havia poucos pobres, etc., agora tudo é dificílimo, tudo é muito difícil. E muita gente também… não foi só a sua casa [que foi atingida pelo sismo] mas também a sua loja. Então, já não têm como viver.
Nós também temos alguns projectos nas zonas onde houve o terramoto, em Hama, Ideleb, Alepo, Latakia, agora reduzidos a muito pouco. Muito de vez em quando há alguma ajuda para se oferecer cartões com comida, também há algum trabalho na questão da saúde, ajuda aos doentes, alguns projectos para a agricultura, restauraram um hospital, coisas assim, mas muito pouco em relação ao que fazíamos antes, porque já não há financiamento para continuar.
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