Na semana passada, o Papa Francisco falou de um jovem na sua Audiência Geral das quartas-feiras. Um jovem soldado que morreu na frente de guerra na Ucrânia. Um jovem com apenas 23 anos de idade. Um jovem chamado Alexandre.
O Papa falou dele através de dois objectos que ele trazia consigo: um livro e um Terço. O livro, o Novo Testamento, incluía ainda alguns Salmos. Um deles, estava mesmo sublinhado. “Das profundezas a ti clamo, ó Senhor. Senhor, ouve a minha voz.” Francisco leu o salmo e comoveu-se.
Estava comovido quando segurava na mão o livro, forrado de verde como a roupa dos camuflados dos soldados. Estava comovido quando segurava na mão o rosário que Alexandre dedilhou sempre que rezava o Terço a Nossa Senhora. Estava comovido quando falou, uma vez mais, na loucura da guerra, de todas as guerras mas muito em particular desta, que está a martirizar a Ucrânia.
O jovem morreu numa frente de guerra em Avdïïka, uma cidade no leste do país que não resistiu ao avanço das tropas russas. Os generais da Ucrânia, face à superioridade do armamento inimigo, mandaram retirar os soldados de Avdïïka. Mas muitos morreram. Alexandre foi um deles.
Não se sabe se estaria a rezar no momento em que foi atingido por uma bala, por um estilhaço, pelo rebentamento de um obus ou de uma granada. Não se sabe.
O que se sabe é que esta história comoveu o Papa Francisco e comoveu seguramente todos os que o escutavam. De alguma forma, todos sentiram, naquele instante, naquele momento a morte de Alexandre como a morte de alguém muito próximo, como a morte de um familiar ou amigo.
O Papa contou a história de Alexandre e depois pediu a todos os que estavam na Praça de São Pedro que fizessem um momento de silêncio e rezassem. Rezassem por Alexandre e por todos os milhares de jovens que viram já as suas vidas serem interrompidas num conflito armado que dura há mais de dois anos em pleno coração da Europa.
Esta história ajuda a perceber a importância da campanha da Fundação AIS aqui em Portugal e que tem como objectivo principal apoiar os padres e as irmãs e todos os que na Ucrânia procuram aliviar o sofrimento dos que estão a ser vítimas desta guerra.
Por exemplo, os pais, os irmãos, os filhos, as mulheres dos soldados mortos em combate, como Alexandre.