D. Sebastian Shaw, Arcebispo de Lahore, no Paquistão, esteve recentemente em Portugal de passagem e participou num evento em Coimbra da Fundação AIS.
Foi a apresentação, nesta diocese, do Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo. No que diz respeito ao Paquistão, o relatório elucida-nos sobre a perseguição religiosa. De facto, o Paquistão é um dos países assinalados a vermelho quando se fala sobre a perseguição religiosa.
A situação dos cristãos é disso um exemplo. Esta é uma comunidade muito pequena, apenas cerca de 2 por cento da população, mas tem sofrido imenso ao longo dos anos e nada indica que isso vá mudar nos próximos tempos.
D. Sebastian falou-nos disso e afirmou que é cada vez mais difícil a vida dos cristãos no Paquistão. Há ataques constantes.
“Estamos a viver tempos difíceis”, disse, lembrando um episódio ocorrido em Agosto do ano passado em que houve um ataque de grupos radicais em Jaranwala, no Punjab, e 24 igrejas foram queimadas assim como mais de 100 casas de cristãos.
Este ataque provocou também a fuga de milhares de pessoas, homens, mulheres e crianças que tiveram as suas vidas em risco face à violência desencadeada por uma falsa acusação de blasfémia contra um cristão. Bastou isso para acender uma vez mais o rastilho da violência.
“Os cristãos são vítimas desta Lei”, explicou também D. Sebastian Shaw, lembrando que alguns cristãos são presos, mas há os que até são queimados vivos.
A Lei da Blasfémia não estava prevista no início, quando o Paquistão foi fundado em 1947, no rescaldo da divisão do Império Britânico. Era, então, a República do Paquistão, um país, onde todas as religiões tinham o seu espaço.
Mas isso mudou. Anos mais tarde, grupos radicais mudaram o nome do país para República Islâmica do Paquistão. E começaram os problemas.
Em 1972 as escolas foram tiradas à Igreja e os missionários passaram a ter muitas dificuldades na renovação dos seus vistos, os cristãos começaram a ser atacados. Até hoje. D. Sebastian Shaw pede-nos ajuda. O pior que poderia acontecer aos cristãos do Paquistão seria o silêncio do mundo face àquilo que lhes acontece quase todos os dias. Temos de ser a voz do seu desespero, temos de gritar ao mundo os seus pedidos de socorro, temos de os libertar da miséria e da violência em que vivem. Ajude a Fundação AIS nesta sua missão junto da Igreja que sofre.
Paulo Aido