As vítimas civis das guerras não são danos colaterais, alertou o Papa num discurso, muito importante, aos embaixadores creditados na Santa Sé.
Todos os anos, no início de Janeiro, o Papa faz neste encontro com os diplomatas, uma análise ao estado do mundo.
É preocupante perceber que, como nos diz o Santo Padre, caminhamos aparentemente sem travão para uma III Guerra Mundial.
Talvez nunca tenhamos estado tão perto desse holocausto como agora.
As palavras do Papa precisam de ser escutadas antes que seja tarde de mais. Há uma frase, no discurso de Francisco, que gostaria, no entanto, de sublinhar, quando ele diz que as vítimas civis das guerras não são danos colaterais, mas sim tragédias, crimes.
E o Papa fala um pouco dessas vítimas inocentes dos conflitos que vão acontecendo na história da humanidade.
São homens e mulheres com nomes e apelidos que perdem a vida. São crianças que ficam órfãs e privadas do futuro.
São pessoas que padecem de fome, sede e frio, ou que ficam mutiladas por causa da potência das armas modernas.
Se conseguíssemos fixar cada um deles nos olhos, chamá-los por nome e evocar a sua história pessoal, veríamos a guerra como ela é: nada mais que uma enorme tragédia e «um massacre inútil».
Mas o discurso do Papa teve outro ponto que quero também sublinhar. É que o Santo Padre voltou a lembrar ao mundo que os cristãos são a comunidade religiosa mais perseguida.
Uma realidade que tem crescido de ano para ano ao longo da última década e que se exprime também através de um número escandaloso: 360 milhões.
360 milhões é o número de cristãos vítimas de perseguição e discriminação por causa da sua fé.
A denúncia do Papa ajuda a compreender a importância do trabalho, da missão da Fundação AIS, de ajudar esta Igreja que sofre, de auxiliar estes homens e mulheres e crianças vítimas de violência apenas por causa da sua fé.
É preciso continuar esta missão em favor destes cristãos que sofrem, que são perseguidos e humilhados, que arriscam a vida todos os dias. Também eles, arrisco-me a dizer, não podem ser vistos como danos colaterais da maldade humana…
Paulo Aido