Fosse o gato de uma atriz
Nestes últimos anos, os cristãos da Nigéria — juntamente com os do Sudão — têm dado um testemunho da fé que vale mais que mil palavras. Fazem-no com a própria vida. Ainda no passado dia 5, Domingo de Pentecostes, mais de 50 cristãos foram mortos durante a celebração da Missa na igreja de S. Francisco Xavier, na cidade de Ondo.
Fosse o gato de uma qualquer atriz famosa, e o mundo iria saber da sua morte. Mas não. Aqueles cristãos da Nigéria não foram notícia nos nossos meios de comunicação. Talvez por isso mesmo: porque eram católicos e foram mortos durante a Missa. Infelizmente, tudo isto é frequente: o martírio dos cristãos e o esquecimento por parte da nossa comunicação social.
Mas o que levará os cristãos africanos (e tantos de outros continentes) a persistir em participar na Missa, mesmo sabendo que podem não regressar vivos a casa? Que poderá justificar essa persistência em ir à Missa, a não ser uma Presença real cujo encontro é como um tesouro, que vale mais que a própria vida?
A Eucaristia, longe de ser apenas uma reunião, um preceito a ser cumprido, é, de verdade, o encontro com Alguém, com a Presença real de Deus no meio de nós. É o encontro com Aquele que disse: “Isto é o Meu Corpo, tomai e comei”. Porque ninguém arrisca a vida por um símbolo, um “faz de conta”.
A nós, que podemos livremente viver a fé, os cristãos da Nigéria dão-nos uma lição. Mostram a verdade da Eucaristia e como sem a fé a vida perde de facto o sabor.
